sexta-feira, 5 de junho de 2009

05/06: Queda acentuada no mercado futuro de café

O mercado futuro de café em NY destoou do mercado financeiro e fechou com queda acentuada. O vencimento para julho em NY terminou o dia a 133,85 cents com 535 pontos de baixa. Durante a semana o desempenho foi negativo em 355 pontos.

Novamente o dólar foi decisivo e com a alta de 1.46% frente ao euro acabou influenciando negativamente nos preços das commodities. O dólar ganhou terreno nos últimos dois dias com a manutenção dos juros na Europa e na Inglaterra, juntamente com a melhora dos indicadores de desemprego nos EUA que sinalizou possível aumento de juros nos títulos americanos e conseguente maior demanda por moeda americana.

As bolsas mundiais tiveram desempenho positivo ancoradas pelo o payroll (nº de vagas criadas nos EUA) que recuou 345 vagas em relação aos 525 mil cortes previstos. Porém, a taxa de desemprego aumentou 9,4% contra previsão de 9,2%. A divergência dos indicadores provocou muita oscilação no decorrer do dia.

A atuação do mercado de café foi ruim desde o início dos negócios e a realização de lucro foi a tónica dos negócios. Os grandes fundos aproveitaram para liquidar parte da posição comprada que de acordo com alguns players já deveria ter ultrapassado o saldo de 35 mil lotes comprados.

As altas das últimas semanas foram provenientes da melhora do mercado financeiro e o aumento do apetite dos fundos de investimentos ao risco. Contudo, analisando o mercado de café de maneira independente, as máximas atingidas pelo mercado devem ser interpretadas como limite máximo de preço dentro de um cenário lógico (se é que é possível nos dias de hoje). A safra atual do Brasil, que é o país que define o superavit ou deficit no mercado internacional, e que deveria ser considerada pequena dentro do ciclo de bianulidade, ou seja, a cultura de café produz uma safra grande e outra pequena, nem de perto pode ser considerada de baixa produtividade. Os traders trabalham com uma safra de 2008/09 em torno de 42 a 43 milhões de sacas. Mesmo assim teremos um deficit entre oferta e demanda no mercado mundial, contudo, será totalmente compensado pela "grande" safra de 2009/10, já que muitos analistas apostam em safra recorde podendo atingir 55 a 60 milhões de sacas. Resumindo, o mercado de café pode até voltar a subir, mas a tendência fundamental é de baixa. As altas devem ser aproveitadas única e exclusivamente para efetuar vendas.

Os contratos em aberto subiram 1.423 lotes para 144.848 lotes. O volume estimado de negócios foi de 22.139 lotes. Os estoques certificados recuaram 4.438 sacas totalizando 3.669.344 sacas. Em relação ao mesmo período do mês anterior os estoques recuaram 139.217 sacas e em comparação ao mesmo período do ano anterior o recuo foi de 703.245 sacas. Acompanhe abaixo as cotações:


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